E COMEÇOU NOVAMENTE.
O sargento Adriano Simões, de 36 anos, foi executado às 23h30 de sábado, no Parque São Paulo, em Araraquara, no interior de São Paulo. Ele fazia “bico” em um mercado na esquina das avenidas Francisco Parisi e Galileu Galilei. Segundo a polícia, o policial levou 17 tiros. Um PM aposentados e um ex-PM também foram executados no sábado. A polícia está em alerta. Desde terça-feira, quando a Rota, tropa de elite da PM, matou nove pessoas em uma chácara em Várzea Paulista, três policiais militares em folga e dois PMs aposentados foram executados. “Não há como tapar o sol com a peneira. Os fatos falam por si. São ações coordenadas para execução de policiais que não estão de serviço e se encontram em situação de vulnerabilidade”, afirmou o deputado Major Sérgio Olímpio Gomes (PDT). A polícia não descarta a possibilidade de crime mandado, mas não confirma oficialmente o envolvimento do crime organizado nas mortes.
Para o parlamentar, oficial da reserva da Polícia Militar, a quantidade de tiros contra os alvos, a região do corpo onde os disparos são efetuados (em alguns casos, PMs morreram com tiros no rosto e nas costas) e o desinteresse por roubo ao patrimônio demonstram vingança. “É para marcar território. É para mostrar desprezo pela polícia”, disse Olímpio. Para o oficial, o mais temeroso é que alguns PMs, sem ter uma mostra de apoio governamental, queiram revidar fora de serviço. “Estive em alguns dos enterros de policiais e senti a revolta dos colegas. O perigo é esse. Agirem no esquema de caixa 2, fazendo justiça com as próprias mãos.” Olímpio disse que o serviço de inteligência, quando em escutas detecta o nome de um policial, faz o alerta e toma precauções. “Há respaldo do comando para proteger os PMs”, disse. O sargento foi atacado por três homens quando pegava sua moto para ir para casa. Deixou mulher e dois filhos.
Todos os policiais foram mortos com vários tiros e fazendo atividades fora da PM. O cabo Gercil Benedito Canuto foi morto com 17 tiros, na terça-feira, em Piracicaba. Na sexta, o PM Marcos Aurélio de Santi levou seis tiros, em São Carlos. No sábado, o ex-PM Fábio Miossi, 35 anos, e o PM aposentado Jorge Júlio de Oliveira foram mortos em Santo André e em uma pizzaria da Zona Norte.
Major Olímpio pede para aposentados se armarem O deputado Olímpio orientou que os PMs aposentados voltem a carregar suas armas. “São alvos potenciais. Eu já estou andando com dois carregadores de pistola”, afirmou.
